Festa de Passos - Encomendação Das Almas
Obras de Padre José Maria Xavier, Martiniano Ribeiro Bastos, Manoel Dias de Oliveira e João da Matta interpretadas pela Orquestra Ribeiro Bastos
Gravação de som realizada no dia 04 - de dezembro de 1983 na Igreja de São Francisco de Assis, em São João dei-Rei, Minas Gerais (2 microfones AKG Dl 200, gravador Revox A 77, sita Scotch 206). Edição da fita: Estúdio TACAPE-SP. Matrizado: Tapecar, RJ. Gravação, edição e supervisão, Conrado Silva. Arte Final: Cid Forghieri. Produção: Orquestra Ribeiro Bastos. Edições Tacape. Carta Postal 112, 36300 — São João del-Rei, MG, Brasil, 1984.
Capa: Porta do Cemitério de Nossa Senhora do Carmo de São João del-Rei, Minas Gerais. Fotógrafo: Afonso Nogueira.
Capa e Encarte
Textos do Encarte
ORQUESTRA RIBEIRO BASTOS
Festa de Passos Encomendarão das Almas
FACE A
1. Motetos de Passos (Martiniano Ribeiro Bastos)
FACE B
1. Senhor Deus (Martiniano Ribeiro Bastos)
2. Miserere (Manoel Dias de Oliveira)
3. Adoramos te Christe (Padre José Maria Xavier)
4. Stabat Mater (João da Matta)
5. Encomendação de Almas (Manoel Dias de Oliveira)
Orquestra Ribeiro Bastos
Regente: José Maria Neves
Com este quinto disco, a Orquestra Ribeiro Bastos dá continuidade a seu projeto de registro direto e puro do repertório habitualmente tocado em solenidades religiosas, em São João dei-Rei, e de documentação de sua maneira especial de executar esta música.
Pois nunca é demais insistir no fato de que a Orquestra Ribeiro Bastos, em suas apresentações fora das cerimônias e igrejas de São João dei-Rei e em seus discos, pretende apenas contribuir, com este registro, no esforço compartilhado com muitos estudiosos e músicos brasileiros, para que a memória cultural brasileira seja melhor preservada e para que seja melhor conhecida a tradição interpretativa mantida no interior de Minas.
O repertório deste disco é dos mais característicos; nele estão reunidas Obras executadas, a cada ano, em cerimônias litúrgicas e paralitúrgicas tradicionais, ao lado da Encomendação de Almas, de Manoel Dias de Oliveira, que já não figura mais no repertório atual das corporações musicais sanjoanenses.
PAULO CUNHA MENEZES
FESTA DE PASSOS E VIA SACRA
A Semana Santa em São João dei-Rei é, certamente, uma das principais tradições brasileiras, preservada de modo vivo, representando notável manifestação de fé religiosa e de gosto artístico. No período que vai da manhã de Domingo dc Ramos à noite de Páscoa, realizam-se Missas Solenes, Oficio de Trevas, Ações Litúrgicas, Vigília, Procissões, Te Deum, desempenhando a Música função da maior importância.
Em São João del-Rei, a Semana Santa, de responsabilidade da Irmandade do Santíssimo Sacramento, é precedida e preparada pela Festa de Passos, organizada pele Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos. Na sexta-feira antes do quarto domingo da Quaresma, tem lugar o Depósito das Dores, quando a imagem de Nossa Senhora das Dores, velada por uma espécie de tenda roxa, é levada em procissão da Matriz do Pilar para a Igreja de Carmo; no sábado, nas mesmas condições, dá-se do Depósito de Passos, sendo a imagem de Nosso Senhor dos Passos conduzida à Igreja de São Francisco. Na manhã do domingo, há a rasoura (procissão em torno da igreja) e Missa Cantada na Igreja de São Francisco e, no fim da tarde, realiza-se a Procissão do Encontro: as duas imagens saem em procissão das igrejas do Carmo e de São Francisco, indo encontrar-se aos pés da e andaria das Mercês, acontecendo então o Sermão do Encontro e seguindo a procissão, unida, para a Matriz do Pilar. Durante o Depósito de Passos e acompanhando a imagem do Senhor das Passos na Procissão do Encontro, são feitas paradas nos Passinhos (Minúsculas capelas com cenas da Paixão, em diversas ruas da cidade), ocasião em que a Orquestra Ribeiro Bastos executa um dos Motetos de Passos e, após o Sermão do Encontro, o Miserere.
Durante a Missa Cantada, são executadas obras tradicionais - todas do programa de Sexta-feira da Paixão -, como o Adoramus te Christe e o Popule meus do Padre José MariaXavier, e, St Mater de João da Matta. Em todas as sextas-feiras da Quaresma, realizam-se vias Sacras pelas ruas da cidade, constando elas da sete estações (não as quatorze habituais, paradas de reflexão e meditação sobre momentos da paixão de Cristo). Em cada parada em Passinho é cantado um dos dez Motetos de Passos de Martiniano Ribeiro Bastos e o Senhor Deus misericórdia. Pode-se assegurar que a tradição das Vias Sacras de rua é muito antiga, uma vez que a construção dos Passinhos data da segunda metade do século XVIII. Não se sabe exatamente que música era cantada antes de Martiniano Ribeiro Rastos ter composto seus Motetos de Passos, sendo lícito; pensar que fosse a obra homônima de Manoel Dias de Oliveira.
ENCOMENDAÇÃO DE ALMAS
Esta é uma cerimônia religiosa não litúrgica, pois organizada e dirigida por leigos. De origem portuguesa muito antiga, ela foi comum em muitas cidades brasileiras. Através dela, era prestada homenagem e realizado sufrágio pela alma dos mortos. Hoje o costume está praticamente desaparecido, mas mantém vivo em São João del-Rei. No passado, era cantada a obra Encomendação de Almas de Manoel Dias de Oliveira, depois Substituída pelos Motetos de Passos de Ribeiro Bastos, semelhantes por usarem ambas, além das quatro vozes, apenas instrumentos de sopro e baixo (violoncelo e contrabaixo). Durante a quaresma, em dias não fixos e saindo por volta da meia-noite, são realizadas três Encomendações, cada uma delas com sete paradas em diferentes cemitérios, cruzeiros e encruzilhadas. O ritual inicia-se com o toque da matraca, cantando-se, em seguida, um Moteto; após, reza-se um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Pai pela alma dos músicos e de todos aqueles que estão sepultados no local; segue-se o canto do Senhor Deus e a oração do Requim aeternam. Bate-se novamente a matraca, e o grupo começa a deslocar-se, rezando o terço, até a parada seguinte.
Até recentemente, as Encomendações eram cerimônias das quais só os homens participavam (as partes de soprano e contralto das músicas eram cantadas em falsete) e de maior concentração. Muitas pessoas tinham medo quando ouviam o som da matraca, o murmúrio do terço e o canto, sendo conhecidas lendas macabras de curiosos que, recebendo uma vela de membro do cortejo, viram-se segurando um osso de defunto... Desde alguns anos, admite-se a presença de mulheres, principalmente no coro, e há maior acompanhamento popular, perdendo a cerimônia um pouco de seu ar de mistério e muito da solene contrição que tinha. As Encomendações, ao contrário das outras solenidades do ciclo de Passos/ Semana Santa (que são de responsabilidade contratual da Orquestra Ribeiro Bastos), reúnem músicos das diferentes corporações sanjoanenses.
OS AUTORES
Manoel Dias de Oliveira nasceu em São José del-Rei, atual Tiradentes. Pouco se sabe sobre a vida deste compositor, indicado quase sempre como capitão. Em 1983, o autor destes comentários encontrou na Torre do Tombo, em Lisboa, nos livros das Chancelarias, a Patente de Capitão do compositor, passada em 1772 por Dom José e confirmada pela Rainha Dona Maria I. Por este documento fica-se sabendo que tratava-se de promoção (o que significa que o compositor já estava ligado à vida militar), por parte do Conde de Valladares, Governador e Capitão-Geral da Capitania das Minas Gerais. “Por ela, passava Manoel Dias de Oliveira ao ‘Posto de Capitão da Ordenança de pé dos Homens pardos libertos do distrito da Lage da Freguesia dc São José do Rio das Mortes, na conformidade da Minha Real Ordem de 22 de março de 1766”. Confirma-se, assim, ter sido ele mulato. O documento informa ainda que a companhia na qual Manoel Dias de Oliveira servia. Acabava de ser reestruturada, compondo-se de 60 soldados com seus oficiais, e que o capitão "não vencerá soldo algum de Minha Fazendo, mas gozará de todas as honras, privilégios, liberdade, isenções e franquias pertencentes ao posto, mandando ao Governador que honre, estime, deixe servir e exercitar o referido posto, e aos oficiais e soldados seus subordinados que em tudo lhe obedeçam, cumpram suas ordens por escrito ou de palavra, no que pertencer a Meu Real Serviço, como devem e são obrigados".
No que se refere à música, seu nome aparece desde 1769, como organista e compositor. Ele faleceu em 1813 e foi sepultado na capela- mor da Igreja de São João Evangelista, em Tiradentes.
Manoel Dias de Oliveira é compositor de excelente qualidade, merecendo figurar ao lado dos grandes nomes da música mineira de fins do século XVIII e inicio do XIX. Sua produção foi grande, mostrando o quanto foi popular em seu tempo. A maioria das obras a ele atribuídas, entretanto, não traz seu nome nos manuscritos, estando a atribuição baseada em razões técnicas estilísticas. Este mesmo critério- claro parentesco com o Magnificat em ré e com outras obras - levou a ser identificado como sendo dele o Te Deum guardado no Museu da Música de Mariana, obra que historiadores e musicólogos (como Tarquinio Barbosa de Oliveira e Conceição Rezende) julgam ser aquela executada em 1792, em Ouro Preto, nas festas oficiais que celebravam o malogro da Inconfidência Mineira.
Nascido em São João del-Rei em 1819, o Padre José Maria Xavier é O mais famoso da todos os compositores sanjoanenses, inclusive porque muitas de suas obras são tradicional e obrigatoriamente executadas em festividades religiosas locais. A cada ano, pelo Natal, suas Matinas de Natal são executadas pelas duas tradicionais corporações musicais da cidade; durante a Semana Santa, ouve-se o Ofício de Ramos, os Ofícios de Trevas, os Tratos e Bradados, o Ofício da Ressurreição. E muitas de suas obras avulsas - Novenas, Missas, diversos Te Deum - São frequentemente executadas em diversas ocasiões. O Padre José Maria Xavier, mulato como muitos outros compositores brasileiros antigos, estudou música com seu tio, Francisco de Paula Miranda, tocando violino e clarineta, e foi músico da Orquestra Lira Sanjoanense, que era dirigida por seu mestre. Após estudos de humanidades, cursou teologia no Seminário de Mariana, tendo sido ordenado presbítero em 1846. Exerceu funções de vigário de Rio Preto durante pouco tempo, licenciando-se por motivo de doença. Desde 1848, dedicou-se ao magistério em diversos estabelecimentos de ensino. Em 1854 foi vigário de São João del-Rei, permanecendo no cargo por dois anos. Ele foi membro ativo do Partido Conservador. Em 1872, recebeu Medalha de Prata por sua obra musical na 5º Exposição Mineira- Sua obra já era conhecida e executada em muitas cidades de Minas, tendo uma delas, Matinas do Natal, merecido edição alemã. O compositor faleceu em 1887, estando sepultado ao Cemitério do Rosário.
Martiniano Ribeiro Bastos nasceu em São João del-Rei em 1834, filho de João Ribeiro Bastos e Ana Silvéria de Jesus. Realizou seus estudos primários na escola pública, tendo continuado sua formação, mais tarde, e segundo costume antigo, com estudos de línguas, sob a orientação dos mestres Reginaldo Pereira, Padre Bernardino de Souza Caldas e Dr. Domingos' José da Cunha, Sua formação musical foi dirigida pelo compositor Francisco José das Chagas, o Mestre Chagas, diretor da corporação musical que hoje chama-se Orquestra Ribeiro Bastos. Falecendo o Mestre Chagas, em 1859, Martiniano Ribeiro Bastos sucede-lhe como diretor do grupo iniciando longa e brilhante carreira de regente e compositor, que durará até 1912. Martiniano desempenhou também funções públicas, tendo sido, desde jovem, Solicitador de Causas, Vereador, Presidente da Câmara e Juiz de Paz. Foi casado com sua prima Guilhermina- Nhazinha - Viana (filha de José Rodrigues Viana e Maria Cândida Viana) e com ela teve dois filhos, que faleceram ainda crianças, Martiniano Ribeiro Bastos tinha perfeita consciência da importância de sua atividade musical, enquanto prolongamento de tradições que vinham do passado. Tudo que recebera do Mestre Chagas (que também fora sucessor de outros mestres), desejou passar adiante. Durante mais de cinquenta anos, sua casa na Rua da Prata foi centro de atividades musicais: meninos de diferentes idades e classes sociais recebiam ensinamentos da música, participavam de apresentações, educavam-se, vivendo quase como filhos do mestre. A maioria dos músicos sanjoanenses de fins do século XIX e inicio do século XX passou pelas mão de Ribeiro Bastos, podendo-se citar, entre outros, os compositores Presciliano Silva, Firmino Silva, João da Matta, Carlos dos Passos Andrade, Jose Vítor da Aparição e José Cantelmo Junior e os instrumentistas Emidio Machado, Targino da Mata, José Quintiliano dos Santos, Mário Viegas, Japhet Maria da Conceição, Jacinto de Almeida, Alaor Cantelmo, João Pequeno, Telêmaco Neves, Emílio Viegas e Carmélio de Assis Pereira, estes quatro últimos ex-diretores da Orquestra Ribeiro Bastos. Esta orquestra, que hoje desempenha basicamente função religiosa, teve grande participação em concertos e espetáculos teatrais, tendo realizado por muitos anos a série de Concertos Populares, de grande sucesso, e mantido, por algum tempo, o Club Ribeiro Bastos, destinado à promoção de concertos.
A importância de Martiniano Ribeiro Bastos foi tal que a corporação que ele dirigia, e que era identificada sempre como a Orquestra do Ribeiro Bastos, acabou por chamar-se oficialmente Orquestra Ribeiro Bastos. Martiniano Ribeiro Bastas faleceu em noite de 8 de dezembro de 1912, no momento em que sua orquestra cantava, na vizinha Igreja da São Francisco, o solene Te Deum de encerramento da Novena da Conceição. Após as exéquias solenes, com homenagens de orquestras e bandas locais,
foi o maestro sepultado no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco.
João da Matta é um dos muitos compositores mineiro sem biografia, de quem conhece-se mais a lenda que a história, Chamava-se João Francisco da Matta, foi compositor fértil, fluente e espontâneo, de forte apelo popular, pouco voltado para a elaboração e para as finezas técnicas. Muitas de suas obras, guardadas em
arquivos sanjoanenses, são até hoje executadas em solenidades religiosas, Carmélio de Assis Pereira o cita como discípulo de Martiniano Ribeiro Bastos.
AS OBRAS
Os Motetos de Passos de Martiniano Ribeiro Bastos foram composto. em 1875, conforme informa o roteiro da Semana Santa editado pela Matriz do Pilar. As cópias autógrafas mais antigas da obra são de 1908. Além dos dez Motetos, o manuscrito inclui a peça Senhor Deus. A obra está escrita para coro misto, flauta, três clarinetas, trompete, duas trompas, dois bombardeios e baixo instrumental . Habitualmente, após os Motetos, ao fim das Vias Sacras e procissões, é executada a primeira parte do Miserere de Manoel Dias de Oliveira.
1. Pater mi, si possibile est
transeat a me calix iste.
Verum tamen nos sicut ego volo,
sed sicut te.
2. Bajulans sibi crucem Jesus
exivit in eum
qui dicitur Calvariae locum.
3. O vos omnes
qui transitis per viam
attendite et videte
si est dolor sicut
si est dolor meus.
4. Filiae Jerusalem,
nolite flere super me
sed super vos
et super filios vostros.
5. Angariaverunt Simonem Cyrenaeum
ut tolleret crucem ejus.
6. Exeamus ergo ad eum extra castra
Improperium portantes ejus.
7. O vos omnes... (igual a 3)
8. Popule meus, quid feci tibi ?
Aut in quo contristavi te?
Quia eduxi te de terra Aegypti
parasti crucem Salvatori tuo
Responde mihi.
9. Domine Jesu!
Te desidero, te quaero, te volo.
Ostende mihi faciem tuam
et salvos ero.
10. Bajulans.. (igual a 2)
Meu pai, se for possível,
afasta de mim este cálice.
Contudo, não seja feito como eu quero
mas como tu queres.
Carregando sua cruz, Jesus
chegou ao lugar
chamado lugar da Caveira (do Calvário).
Oh vós todos
que andais pelo caminho olhai e vede
se há dor igual à minha.
Filhas de Jerusalém,
não choreis por mim,
mas por vós mesmas
e por vossos filhos.
Pegaram a Simão Cirineu
para que ajudasse a carregar a sua cru
Saiamos, pois, ao encontro dele fora do
acampamento / levando a sua ignomínia.
Oh vós todos... (igual a 3)
Meu povo, que te fiz eu?
Em que te magoei?
Porque te libertei da terra do Egito
Preparaste uma cruz para o teu Salvador.
Responde-me.
Senhor Jesus!
Eu te desejo, te procuro, te quero.
Mostra-me tua face
e serei salvo,
Carregando... (igual, a 2)
Senhor Deus, misericórdia
pelas dores de Maria Santíssima
Misericórdia.
Miserere mei Deus
secundem magnam misericordiam tuam.
Tem piedade de mim, ó Deus
segundo tua grande misericórdia.
O Stabat Mater de João da Matta, sem data de composição conhecida (o manuscrito usado para esta versão é cópia de 1923), está escrito para coro misto e orquestra completa e usa três das vinte estrofes deste hino.
Stabat Mater dolorosa
juxta crucem lacrimosa
dum pendebat Filius.
Cujus animam gementem
contristatem et dolentem
pertransivit gladius
Quando corpus morietur
fac ut animae donetur
paradisi gloria. Amem.
Estava a Mãe dolorosa
junto à cruz, lacrimosa,
da qual pendia o Filho.
Sua alma angustiada
sofredora e dolorida
foi traspassada pela espada.
Quando o corpo morrer
faz com que à alma seja dada
e glória do paraíso. Amém.
O Adoramos te Christe do Padre José Maria Xavier, obra obrigatória na Festa de Passos e na Adoração da Cruz da Sexta-feira da Paixão, está escrito para coro, clarineta, trompete, trompas e cordas, sobre antífona referente à Paixão de Cristo. A partitura foi restabelecida a partir de cópias das partes vocais e instrumentais datadas de 1909.
Adoramus te Christe
et benedicimus tibi
quia per crucem tuam
redemiati mundum
Nós te adoramos, ó Cristo
e te bendizemos
parque pela tua crua
remiste o mundo.
A Encomendação de Almas de Manoel Dias de Oliveira foi, certamente, a obra executada nas cerimônias de Encomendação durante cerca de cem anos, desde fins do século XVIII. Os manuscritos desta obra pertencem ao arquivo da Orquestra Lira Sanjoanense e tem como data 1809. A obra compõe-se de duas partes distintas: a primeira constituída de três breves movimentos encadeados (Andante 2/4, Moderato 3/4 e Poco Allegro 2/4) e a segunda, o Senhor Deus (Andante 2/4), A obra está escrita em português, para quatro vozes, duas flautas, duas trompas e baixo instrumental.
INTEGRANTES DA ORQUESTRA RIBEIRO RASTOS
VIOLINO I
Geraldo da Costa Lima
Jorge Sade
Genésio Zeferino da Silva
Paulo Moreira
VIOLINO II
Ruth Moreira Neves
Marilio de Andrade Miranda
Rosany Rondaly Passos
Luzia Lúcia Parreira
Lúcia Sousa Gomes
VIOLA
Aparecida Alves
VIOLONCELO
Abel Raimundo de Morais Silva
CONTRABAIXOS
Reginaldo A. dos Passos
William Claret Magalhães
FLAUTAS
Nilson Padilha Castanheira
Antonio Carlos Guimarães
Maria Salome de Resende Viegas
Maria Amélia de Resende Viegas
CLARINETAS
João Bosco d’Assunção
Wilson de Oliveira
João das Chagas Santos
Rogério d’Assunção
OBOÉ
Rubens Farnese
TROMPETE
Jose Antonio da Costa
TROMPAS
Francisco Gomes Damasceno
Waltencir Aparecida da Silva
Sueli dos Passos Muller
TROMBONE
Claudionor Sebastião Lopes
BOMBARDINO
Antonio Fernando Ferreira
SOPRANOS
Amélia Silva
Selma Regina da Silva
Maria Marta M. de Resende
Diva Alves
Alcina do Carmo M. de Resende
Vera Lúcia dos Santos
Elza Conceição Magalhães
Conceição Aparecida L. Silva
Fátima Batista Lopes
Maria Stella Neves Valle
Nilcéia Jesuina das Neves
CONTRALTOS
Tânia Aparecida Magalhães
Nilza C. Andrade
Maria Elisabeth de Almeida
Elizabeth Natalina de Carvalho
Carmelita Neves Damasceno
Ana Maria N. L. Parsons
Maria Aparecida Santos
TENORES
Antonio Geraldo dos Reis
José Raimundo de Oliveira Avila
Edmar Aparecido Ferreira
Edimar de Resende Avila
Carlos Roberto Sátiro
Luiz Carlos Ferreira
José Eugênio Ferreira
BAIXOS
Luiz Fernando do Sacramento
Ary Rodrigues
Edmundo da Silva Filho
Vicente Valle
Adilson Candido dos Santos
Ely Henriques Barboza
José do Carmo dos Santos
Osvaldo Cássio Batista
José Geraldo da Silva
César Cardoso de Resende
REGÊNCIA: Maestro JOSÉ MARIA NEVES